Não há, no Cristianismo, grande divergência quanto a considerar Jesus Cristo a referência central da nossa experiência religiosa e da nossa relação com o divino. Há, seguramente, escolas diferentes quanto à explicação do porquê dessa centralidade de Jesus, mas as grandes controvérsias cristológicas dos séculos terceiro a quinto resultaram num conjunto de formulações doutrinais sobre Jesus Cristo e a sua relação com o “Pai” que são hoje consideradas como elementos estruturantes da fé cristã.
Não quer isto dizer, no entanto, que as referências a Jesus no mundo das religiões se restrinjam a essas fronteiras. No Judaísmo, as referências negativas e positivas a esse judeu do século !º multiplicam-se ao longo dos últimos 2 mil anos. No Islão, Jesus é referido com enorme respeito no Corão, e até reclamado por alguns muçulmanos como profeto do Islão. Quanto analisamos o Hinduísmo e o Budismo, não só descobrimos textos que nos recordam passagens do Novo Testamento, como também autores dessas tradições que, ao se cruzarem com a missão ou cultura cristã, se deixaram interpelar pela pessoa e mensagem do carpinteiro da Galileia.
Iremos, portanto, ao longo do primeiro semestre de 2023-24, identificar alguns desses olhares que, partindo de fora do Cristianismo, questionam a nossa miopia ou revelam-nos falhas na nossa evangelização.
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